Cinco medidas para aliviar o Burnout e o cansaço excessivo

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A síndrome de Burnout é um estado de exaustão avassaladora relacionado ao trabalho. Embora a origem esteja relacionada à atividade profissional, existem medidas que não dependem do ambiente de trabalho para aliviar esse estado de grande cansaço.

O médico psiquiatra Cyro Masci afirma que, de acordo com estudos divulgados recentemente, como o realizado pelo Instituto Kantar Inclusion Index, é possível afirmar que 30% da população adulta que trabalha sofra com o problema, se forem consideradas as fases iniciais da doença.
Diante deste quadro, Masci oferece algumas sugestões para dificultar o desenvolvimento do Burnout e do cansaço excessivo, e também atenuar os sintomas se a fadiga já estiver instalada.

1. Primeiro o mais importante.

“Quem entra num avião, sempre ouve as mesmas orientações de segurança. Uma delas é que, se ocorrer queda da pressão na cabine, irão cair máscaras de oxigênio. E que se deve, em primeiro lugar, colocar a própria máscara, e somente depois auxiliar quem está próximo. O mesmo ocorre com a síndrome Burnout. Ninguém pode dar o que não tem, é inútil tentar liderar, cuidar ou orientar quem quer que seja nesse estado. Não é motivo de vergonha dar prioridade ao cuidado pessoal antes de se dedicar ao trabalho e às outras pessoas”, destaca Masci.

2. Proporcionar pausas ao cérebro

“Um copo de água misturado com barro não vai ficar menos turvo se for agitado, pelo contrário, é necessário deixá-lo em repouso por algum tempo. É exatamente isso que acontece com o cérebro sobrecarregado. E o método mais bem estudado para essa recuperação é a meditação do tipo Mindfulness. Existem várias estratégias utilizadas nessa prática, todas têm em comum a capacidade de aumentar a atenção, a intenção e a consciência. Vale a pena inteirar-se desse método e praticar”, informa o médico.

3. Usar o cérebro de modo inteligente

“O cérebro humano passa a maior parte do tempo trabalhando com rotinas automáticas, verdadeiros algoritmos de julgamento e decisão formados com o tempo. Esse é um processo útil para economizar energia na resolução de problemas rotineiros. No entanto, sob os efeitos da síndrome de Burnout, essa capacidade cai muito. É inteligente dar pausas frequentes no trabalho para o cérebro recuperar-se, e nessas pausas realizar algum exercício de relaxamento e respirar algumas vezes de modo mais profundo. Outra estratégia interessante é alimentar o cérebro com fatos positivos, como lembrar propositalmente três coisas boas que aconteceram na vida. Trata-se de um hábito fácil de ser implantado e que algumas pesquisas já demonstraram ser muito eficaz”, sugere Cyro Masci.

4. Restaurar o corpo e a mente

“Nenhum motor de carro aguenta andar na rotação máxima por muitas horas. O mesmo ocorre com as pessoas. Finais de semana com lazer, férias periódicas e um horário de descanso diários são imprescindíveis. A sugestão para não permitir que o tempo de restauração ‘escoe pelos dedos’ é programar com antecedência o que irá ser feito para relaxar e distrair-se, anotar na agenda se necessário, e cumprir como um compromisso inadiável”, aconselha o psiquiatra.

5. Cuidar da saúde do corpo

“Além dos exames preventivos anuais, que têm por objetivo maior realizar diagnóstico de enfermidades precocemente, é fundamental checar se há ingestão de líquidos em quantidade suficiente, se a alimentação está saudável e equilibrada, se pratica atividade física, além de cuidar bem do local onde se passa entre um quarto e um terço da vida, que é o dormitório. É possível facilitar o sono reduzindo estímulos luminosos, especialmente de celular ou tablete. É importante também criar uma rotina diária, pois o cérebro humano pode ser treinado a associar um determinado horário com o adormecimento”, orienta o médico.

Cyro Masci destaca que se nada disso parecer surtir os efeitos desejados, se a exaustão parece não ter fim, é necessário esclarecer se a fadiga não tem origem em alguma doença ou se a síndrome de Burnout já se instalou. Neste caso, exige-se abordagem especializada. “O tratamento deve incluir tanto as alterações biológicas no corpo, especialmente no cérebro, quanto as facetas sociais e emocionais”, avalia o psiquiatra.

Fonte: Por DINO – 25 nov 2019 – Veja
https://www.masci.com.br

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